Curva de pensamento


Meses, anos se passaram desde meu último contato. Não perdi o mapa e sim decidi queimá-lo, depois de alguns desencontros. De quem foi a culpa, não se sabe. E isso não é relevante. Os resultados de más venturas se deram no abandono total de meu cantinho. Como se as idas e vindas a esse lugar, uma vez tão querido, funcionasse como um freio para os almejos e regalos.

Olhando para trás parece simples ver que nada mudou tanto, mas talvez porque os marcos não foram bem estabelecidos e os ventos do tempo os desfizeram como castelos de cartas. A doçura de cada momento, totalmente desvanecidos pela falta de notícia e interesse desta semi-escritora. Não deixar as memórias no limbo, essa deveria ter sido a maior resolução de fim de ano.

O tempo não permite reprises. Mas sim começos. Inúmeros começos. E de tentativas aqui e acolá, uma história é escrita. Nem sempre tão coesa, lógica ou colorida. Mas sempre ligada por um fiozinho invisível, delicado e de difícil definição. Alguns dizem que é a vida. Outros a esperança. Particularmente, não acredito em nenhuma sem a outra.
Mais do que gêmeas siamesas, tico e teco ou pasta de amendoim com geléia(eca). Direita e esquerda, dependentes incondicionais, de outra forma, simplesmente não seriam. Caminhar com minha dupla dinâmica sempre me reservou gratas surpresas. Esquecê-las é não sê-las. E escolho voltar a ser. Não faço disso um compromisso e sim uma consequência.

Esperar. Viver. Ser. Essa é minha tripla desordenada, sim, porém inseparável.

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